Eduardodelarocha's Blog

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Humanos – A Culpa é da Vontade

10 de setembro de 2010 Posted by | MÚSICAS | Deixe um comentário

GESTÃO DE CARREIRA: Carreiras: O princípio da Competência

Por Sérgio Dal Sasso

O mundo empresarial passa por uma transição sem volta, sendo que a chave do êxito se encontra na formulação e equivalência do comportamento variável dos fatores globais com os processos de adequação e gerenciamento dos negócios, através de sistemas que se apropriem para vencer sazonalidades.

Nossa condição fixa ou variável já não possui vínculos com o patrimônio das organizações, que por sua vez não são mais representativos pelo imobilizado, mas pela qualidade do mobilizado.

O jogo que tem valor está exatamente no campo de batalha e, portanto é de alto risco e feito para uma nova safra de destemidos, loucos e determinados conquistadores. Ao contrário, num passado muito próximo, o show era ser parte de um staff, medido por reuniões intermináveis, junto a um grupo de estratégicos pensadores.

Sem questionamentos, nosso sonho era poder se deslocar para área nobre das organizações, local reservado e blindado para os altos escalões. O resultado da conquista somava-se a uma sala decorada com direito a cafezinho servido pela copeira, ser tratado por senhor ou doutor, e paparicado por uma exclusiva secretária. Daí para frente o sucesso ficaria na dependência das articulações sociais entre os habitantes deste requintado e exclusivo mundinho.

Os tempos mudam, e com eles novas necessidades e exigências criaram a percepção de um modelo enxuto próximo às coisas praticas e operacionais, e assim gradativamente os velhos sistemas foram sendo condenados pelo próprio distanciamento tático que definiram a sua própria ascensão.

No mundo competitivo, gradativamente fomos assistindo ao fim do status do isolamento, valorizando aqueles naturais do campo das ações. Ser executivo, independente do tamanho das ambições passou a ser sinônimo da frase “ter capacidade de executar” de tal forma que o custeio do passe fica pela medição direta dos resultados produzidos. Desta forma presenciamos a extinção da garantia fixa de ser e estar para um perfil necessário de participar e agir, dependente direto do êxito das próprias realizações e da capacidade criativa de inovar com soluções frente a um mundo articulado para ser desigual.

Quando definimos o comportamento empresarial moderno, temos a clara visão de que todos participantes do meio devam estar necessariamente ligados e conectados para a produção geradora de negócios, ou seja, arte de executar fica na dependência do profundo vínculo e afinidade com o conhecimento das variáveis conectadas diretamente com o mercado. Desta forma o segredo e êxito do desenvolvimento de uma atividade estão na quantidade qualificada de profissionais competentes, feitos pela média ponderada dos pontos fortes de cada geração de profissionais que fazem o time, para interpretar e agilizar soluções de retorno ao mesmo mercado.

A pró-atividade passou a ser mandatária nos quesitos do mundo variável, e desta forma não ser animadamente atirado é estar convicto de que será fuzilado, internamente ou pela concorrência mais esperta. No mundo variável tudo que não está no foco para definir resultado, independentemente de ser humano ou técnico, são repassados para quem possa dar mais variabilidade de execução.

A solução estrutural está no conceito de um modelo permanente e elástico, do tipo ser “resiliente” o suficiente para atacar e recolher sem grandes perdas, mas com velocidade suficiente para continuar o jogo da ação, reação e resultados. Estamos na era do soltar a franga, porque a produção do valor está em ser variável e continuamente solucionador das coisas que a maioria não consegue.

O mundo continuará sendo seletivo pela busca dos qualificados, sendo que, o que se espera de cada um de nós é um fôlego adicionado de razões para que possamos nos adaptar ao que as transformações venham a exigir para viabilizar as atividades e sua transferência de ganhos tangíveis ou não à própria vida.

*Sérgio Dal Sasso, consultor empresarial, escritor e palestrante. Palestras inteligentes em Empreendedorismo, Administração, Vendas e Educação Profissional. Portal: www.sergiodalsasso.com.br

FONTE: GESTÃO DE CARREIRA

10 de setembro de 2010 Posted by | CARREIRA | Deixe um comentário

RICARDO SOARES: DARCY RIBEIRO E O ZAPPING AURICULAR

Nossa sociedade informatizada,veloz, atomizada, fragmentada nos submete a uma avalanche diária de informações, imagens e sons, a maioria deles dispensáveis. Informações que reforçam diariamente o equívoco em que nos encontramos. Festejam a globalização, o consumismo, o ter e não o ser. Fortalecem os dogmas dessa idiotia coletiva que nos leva para um buraco inevitável, o colapso total da civilidade, da ética, do respeito mútuo, dos recursos naturais.Por mais que tentemos ser otimistas, todos os dias, em todas as instâncias, só vemos os seres humanos conspirando contra si mesmos adotando posturas equivocadas que nos levarão ao fim. Fatalismo ? não senhoras e senhores. A saber… hoje, horas atrás, ouvindo aqui em casa fragmentos radiofônicos de uma rádio estúpida,porém com muita audiência, ouvi uma velha entrevista do escritor/pensador/político/antropólogo Darcy Ribeiro que há muitos anos defendia (com a veemência que lhe era peculiar) que devessemos olhar para as fronteiras e os caboclos amazônicos que estavam sendo dizimados pela ganância da elite da região que avançava no desmatamento, garimpos, predação total. Esses caboclos acabavam por fugir para as periferias das grandes cidades da região (como Belém do Pará)  onde eram esvaziados de todos os seus valores folclóricos e culturais (como a sua fantástica culinária) e incorporados à degradante e dispersiva cultura de massas que pulula nas periferias do planeta. Estou aqui apenas a relatar o subtexto e não a fala literal de Darcy. E se assim o faço não é apenas para lamentar, mais uma vez, a ausência de pensadores e políticos corajosos como ele. É para deplorar que nenhum dos alertas feitos por Darcy ou por outros poucos foi ouvido por autoridades de qualquer jurisdição, a maioria delas mais preocupada em salvar os próprios bolsos e herdeiros do que pensar no futuro da humanidade. A Amazônia continua a ser degradada, as fronteiras agrícolas ,suas queimadas e agrotóxicos continuam aumentando, os garimpos e mineração predatória aumentam, as áreas verdes são degradadas , os indigenas incorporados à hedionda sociedade shopping center. Darcy está morto, a junção de 90 por cento dos políticos nativos não vale um dedo de sua mão e o país ( com Serra ou com Dilma, tanto faz) caminha célere na trilha idiota do desenvolvimento predatório que é criação de estradas, asfaltos mil, usinas hidrelétricas, grandes obras, incentivo ao consumo, à compra de automóveis. Educação, civilidade e sustentabilidade são os alimentos orgânicos da política. Todo mundo diz que é bom mas poucos, muito poucos adotam. E a ausência de Darcys só faz aumentar o crescimento de Ciros Gomes e outros estercos políticos do mesmo calibre. O vácuo da inteligência abre espaço pra mediocridade falante. Dá pra ser otimista assim ? 
 
FONTE: BLOG TODO PROSA

10 de setembro de 2010 Posted by | CONJUNTURA | Deixe um comentário

Teenage Fanclub – The Concept

10 de setembro de 2010 Posted by | MÚSICAS | Deixe um comentário

Gestão de Clientes – A História de Toshiro

Em 2000, assim que comecei a trabalhar com Gestão de Clientes, recebi de um amigo este texto abaixo, na época achei interessante e gostaria de reparti-lo com você.

Talvez possa sensibilizá-lo sobre o que esta envolvido, quando falamos de Gestão de Clientes. Antes de adotarmos, precisamos ter a certeza que este será o melhor caminho.

Toshiro morava em uma cidadezinha do interior, e desde quando tinha se mudado da roça para a cidade, tinha uma pequena mercearia, certa vez, ele imaginou como poderia aumentar as vendas e deixar o Freguês contente. Como o pessoal gostava de comprar fiado, encomendou umas cadernetas, carimbando nas capas a sigla: “CRM – Caderneta de Registro Mensal”.  

Era nelas que Toshiro controlava as contas dos fregueses. Logo, a CRM ficou popular no bairro:

“Anota ai na CRM dois quilos de tomate para a patroa” – ordenava a Benedita. “Minha mãe mandou perguntar quanto vai pagar de CRM este mês” – chegava o recado na boca da Silvinha.

Mas, a caderneta não servia apenas para cobrar dos fregueses. Naquelas linhas, o japonês enxergava muito mais que o total que iria receber no final do mês. Ele identificava ciclos de comportamento do freguês, suas preferências, a associação dos produtos adquiridos, e muitas outras coisas. Até a data de aniversário e idade das crianças ele sabia, pelo número da velinha adquirida. Só de olhar na caderneta, Toshiro sabia quando oferecer novidades para o freguês. A data escolhida para pagar era a mesma em que o freguês estava com a carteira mais cheia… e, portanto, mais aberto a sugestões. Identificar preferências e associações de produtos também ajudava a vender.   A freguesa levava sempre banana e aveia? Toshiro criava pacotes promocionais com um terceiro produto em promoção. Um vidro de mel ou uma lata de farinha Láctea, para criar novos hábitos na família. E diminuir o estoque. A freguesa comprava sempre tomate? Dá-lhe campanha promovendo o macarrão e o queijo ralado. Fazia tempo que não levava azeite? Era só lembra – lá de que o azeite sempre acaba na hora de temperar a salada. A última compra foi há muito tempo? O Toshiro ligava avisando que a laranja estava em promoção. E o freguês ia lá buscar, só porque o Toshiro se preocupou em ligar.  

Logo, o Toshiro já tinha comprado a Kombi para entregar a mercadoria na casa dos fregueses e, a cada entrega, no fim do dia, aproveitava para conhecer melhor o resto da família. Assim, descobriu que o Sr. Alberto gostava de beliscar um queijinho e tomar uma pinguinha toda tarde, antes de jantar, quando chegava exausto da oficina. Soube também que a dona Jurema adorava preparar pães de ricota com passas. E a filha da Dra. Cota encomendava na capital uns xampus e uns perfumes especiais (quem sabe para ver se conseguia arrumar marido, coitada). Ele tinha ate mandado o filho fazer faculdade (que orgulho!!!), na capital.

E todos estavam muito felizes. Isso foi até o filho voltar da capital, com diploma e tudo, e virar consultor do pai, enquanto não encontrava emprego. Achou a caderneta antiquada. Vendas, só à vista. Se o freguês quisesse parcelar, que fosse pelo cartão. Toshiro estranhava este modo de trabalhar, mas o filho tinha diploma de faculdade, e ele nunca tinha ido à escola. E vivia dizendo coisas assustadoras, como globalização, competitividade, marketing… Coisas que, se não fossem levadas a sério, iam fazer a mercearia perder toda a freguesia. E foi o que aconteceu.  

A solução foi vender a Kombi de entregas e comprar espaço no jornal e no rádio. Sobrou algum para um outdoor e uma tarde de palhaço com microfone na porta da mercearia. Sem Kombi para entregar, o jeito era cada freguês carregar sua própria compra. Ou comprar menos, para o braço não esticar na caminhada. Toshiro sentia saudades do modo antigo, da amizade com os fregueses, do conhecimento de seus hábitos. E do lucro…

Um dia, uma propaganda do jornal chamou sua atenção: “CRM – Conheça os Hábitos de Seus Clientes”, parecia à sigla das cadernetas, só que era em inglês: “customer relationship management”.

Logo, o Toshiro teve que vender a mercearia para uma grande rede de supermercados. Ele anda muito triste. Mas hoje, ele teve uma grande alegria. O filho estava ajudando a grande rede que comprou sua mercearia a implantar o CRM, aquele tal em inglês. O mesmo que era muito complicado para ele, tão ignorante, usar. Mas o seu filho, este sim, tinha feito faculdade e sabia dessas coisas tão complicadas.  

Antes de pensar em Gestão de Clientes se pergunte e responda honestamente: minha empresa esta mais para o Toshiro ou para o seu filho?

Gestão de Clientes não é moda, é uma estratégia de negócios suportada por tecnologia.

FONTE: BLOG GESTÃO DE CLIENTES

10 de setembro de 2010 Posted by | CRM | Deixe um comentário

BLOG EFETIVIDADE: Stakeholders! O que é isso?

setembro 7, 2010 | Administração

O mundo corporativo adora criar jargões. Stakeholders é mais um desses jargões difíceis de pronunciar, mas com significado simples.

Numa tradução livre, Stakeholders pode ser traduzido como Interessados.

“Grupos ou indivíduos que afetam a organização e que por sua vez, são afetados por ela”.

Numa reunião de Planejamento Estratégico é comum alguém dizer algo como: Temos que levar em consideração todos os Stakeholders envolvidos. Soa até bonito, dá a impressão que a pessoa entende do assunto, que é intelectual, estudiosa e sabe do que está falando.

Mas com o mundo globalizado de hoje, todos, literalmente, não acabam sendo Stakeholders?

Organizações são interdependentes, e de forma mais ou menos direta estão interligadas. Montadoras de automóveis não produzem tudo o que compõe um carro, terceirizam diversas partes dele. As empresas que vendem para as montadoras por sua vez não fabricam todas as partes do produto, compram de outras empresas diversas peças também, parafusos por exemplo.

A visão de Stakeholders pode ser reduzida. Ao se pensar num projeto, estariam envolvidos o gerente, a equipe, o cliente e possíveis patrocinadores. Como a mesma visão pode ser ampliada levando-se em consideração os demais setores da empresa, a comunidade, o governo, investidores, fornecedores, etc.

Muitos projetos acabam não levando em conta todos os Stakeholders. Se um governante realiza uma obra em determinado local sem ouvir os principais interessados, a população que mora na vizinhança, poderá deixar passar pontos cruciais, gastar com coisas pouco importantes e deixar de realizar obras que trariam mais benefícios à população.

O oposto também pode ocorrer, ao se querer ampliar demais os Stakeholders e não concluir o projeto nunca.

Se pensarmos na Responsabilidade Social, tema na moda e realmente importante, ainda devemos classificar como Stakeholders as gerações futuras. Como dado projeto iria afetá-las?

O sucesso de um empreendimento é alcançado ao suprir expectativas, necessidade e desejos, sendo assim, administradores devem considerar em toda discussão de um novo projeto, se todos os interessados, dentro do possível, terão seus anseios atendidos.

FONTE: BLOG EFETIVIDADE

10 de setembro de 2010 Posted by | PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO | Deixe um comentário

Pato Fu – Me Explica

10 de setembro de 2010 Posted by | MÚSICAS | Deixe um comentário

EDITORIAL BRASIL ECONÔMICO: À procura de profissionais, bons e perenes

  09/09/10 07:06 | Brasil Econômico | Editorial

Encontrar bons profissionais nem sempre foi expediente sem dificuldades. No atual estado da economia brasileira, que mostra níveis de crescimento vigorosos, a questão deixou de ser contratar bons profissionais. O difícil agora é encontrá-los.

Tão difícil que até o governo estuda medidas para aliviar a via crucis das empresas, principalmente do varejo.

O fenômeno se dá em setores variados e em qualificação também variada, do mais ao menos apto. Ainda há, claro, muitos brasileiros que continuam e continuarão desempregados.

Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) dá conta de que a taxa de desemprego no país era de 12,4% em julho, ainda alta. Mas as empresas têm relatado grandes dificuldades em encontrar – como também em reter – funcionários.

Como exemplo, o Centro de Apoio ao Trabalhador (CAT), da cidade de São Paulo viu o número de vagas ofertadas subir 32,2% de janeiro a agosto. Em procura há de atendente de lanchonete a eletricista.

Há uma espécie de batalha entre as empresas, principalmente do varejo. Uma empregada da Fundição Filomena, por exemplo, mudou de emprego para receber R$ 20 a mais.

Na Dicico, futuros funcionários em treinamento pedem demissão. Muitas empresas e setores vêm investindo em cursos para qualificar a mão de obra.

É o caso, além dos varejistas, da indústria de vestuário. Até caminhoneiros, clássica profissão “mão na graxa”, não podem mais apenas saber dirigir.

Precisam agora lidar com equipamentos como computadores ou rastreadores. Assustados, muitos preferem não aceitar trabalhos que exijam essas novas habilidades.

Na construção civil, talvez a primeira a sentir a atual escassez de mão de obra, há uma disputa entre construtoras, empreiteiras e prestadoras de serviço.

O resultado é a inflação dos salários dos profissionais. Um pedreiro hoje pode ganhar R$ 5 mil, um mestre de obras, R$ 8 mil, ao passo que um engenheiro recém formado recebe R$ 5 mil.

FONTE: BRASIL ECONÔMICO

COMENTÁRIO: Ótimo que se traga a questão do difícil atendimento à demanda cada vez maior de um mercado aquecido e em processo de adequação a uma nova realidade econômica para o País, única na  História até então.

Cabe, porém, ressaltar que da forma como está colocada no artigo, há uma inversão no cerne da discussão. O foco está voltado para uma individualização, quase de discussão do caráter do trabalhador, ao invés de se trabalhar questõe estruturais do mercado de formação profissional, seja público ou privado.

Para finalizar, se faltam profissionais que saibam qual argamassa utilizar e como utilizá-la, e se este Profissional traz rentabilidade à Empresa, qual o problema de se pagar uma remuneração condizente à mais básica lógica das leis de mercado?

10 de setembro de 2010 Posted by | CARREIRA | Deixe um comentário

SÉRGIO LEO: A ideologia e a privatização das teles

Já pensou se não tivessem privatizado a indústria automobilística? Ainda estaríamos usando aquelas carroças que o Collor xingou na década de 90, lembra?

O que? A indústria automobilística já era privatizada? Hummm…

… mas e as companhias aéreas, hein? Lembra como era caro andar de avião? Só rico conseguia ir ao exterior. Depois da privatização, hoje qualquer um faz crediário e viaja a Buenos Aires, viu a matéria sobre a nova classe média viajando, na Globo?

O que? As aéreas também já eram privadas?

Mas, então, o que aconteceu com as telecomunicações, hein? É consenso que graças à privatização, tudo mudou, e só a desestatização nos permite ter isso, hoje, esses telefones à disposição de todos, quando antes era coisa caríssima, declarada até no imposto de renda.

Não, neste sítio essa fábula não vinga.

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Nos anos 90, em que os telefones se espalharam pelo país, houve uma revolução um salto quântico na tecnologia de telecomunicações, e foi isso, não a venda da Telebras, a companhias financiadas pelo público BNDES, que barateou custos, simplificou o acesso, e popularizou o telefone. Boa parte do dinheiro investido veio do banco público, aliás. Os ganhos, claro, foram para os acionistas privados.

Só a fé cega em tabus ideológicos permite falar, sem piscar, que foi a privatição que fez isso tudo. Dê uma olhada na telefonia privada no México, da Telmex, e verá que o capital privado não garante eficiência.

Hoje, na TV _ poderia ter sido em qualquer outro lugar _ repórteres comentavam os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem de Domicílios, e, comparando o mau desempenho do saneamento com a diseminação dos telefones, claro, saíram com esse chavão: ah, é claro, na telefonia privatizaram.

Pois bem, passou batido aos repórteres um pequeno dado, o de que os domicílios com telefone fixo no Brasil são menos de 6% (!). Eram mais de 14% há apenas cinco anos. (Clique no link e veja como essa pequena informação ganha uma interpretação açucarada, passando por cima da mudança tecnológica que foi a responsável pela popularização e barateamento da telefonia _ e não a privatização, como querem fazer crer os ideólogos).

2º clichê: (corrigindo o parágrafo acima, feito às pressas baseado acriticamente no que li na Internet🙂 Passou batido aos jornalista um pequeno dado: o grande crescimento na disponibilidade de telefone ocorreu na telefonia móvel, não na fixa, que tem caido em termos proporcionais: 49% das casas têm só o celular como telefone. Eram só 16% em 2004. A quantidade de casas com telefone fixo (com ou sem celular) caiu, como computa o Fernando Dantas em oportuno alerta abaixo, nos comentários. E as casas só com fixo cairam proporcionalmente mais da metade, de mais de 14% para menos de 6%.

A ligação de telefone fixo é mais barata que a de celular. Por que tão pouca gente (em geral, empresas e famílias de maior renda) opta pela telefonia fixa? Ora, porque ter um celular é bem mais fácil (e era impossível na Telebras estatal porque não existiam celulares). Num mundo desses, claro que a tendência da telefonia seria tornar-se mais barata e acabar problemas como a compra da linha a preços caríssimos.

Agora, tenha a curiosidade de consultar os serviços de proteção ao consumidor. Quem está nas cabeças, como péssimo prestdor de serviços à população? Ora, quem diria, as companhias de telefonia. Qualquer um que precisou trocar de linha, substituir o telefone, queixar-se de contas erradas sabe disso muito bem. Isso sem falar no próximo salto tecnológico, a banda larga, para o qual as empresas privadas teoricamente, deveriam estar bem mais preparadas.
Se a telefonia fosse ainda estatal, esse problema estaria sendo jogado na conta do Estado. Como não é, é assunto tabu entre os profetas da privatização.

Meu amigo Vinod Thomas, insuspeito funcionário graduadíssimo do Fundo Monetário Internacional (e que provavelmente não concordaria com esse post) fez um belo estudo sobre o Brasil, recentemente, e, com sua experiêncioa de funcionário de instituição financeira multilateral, comentava, em certo trecho: o que garante eficiência não é a propriedade ser estatal ou privada, é a existência de competição.

Por isso têm razão todos aqueles que pensaram em comentar esse post para dizer que eu exagero, que claramente houve melhoria após a privatização. Houve, e, em parte, devido a certas características do setor privado (encontráveis em boas estatais, como a Embrapa e a Petrobras, para dar dois exemplos). Mas não têm razão os que, ideologicamente, atribuem a mudança exclusivamente à privatização, ciomo se ela fosse panaceia e o Estado sempre um gerador de problemas.

Melhorou onde se impôs a competição (preocupação, registre-se, do tucano privatista Sérgio Motta, que Deus o tenha no confortável inferno dos ateus). E geraram-se fortunas até hoje envolvidas em escândalos que pipocam vez por outra, como se fossem indesejáveis chamadas de telemarketing.

Então, da próxima vez em que algum deslumbrado vier defendera privatização com esse exemplo falso aí da telefonia, concorde. E emende: “sem falar no sucesso da privatização das montadoras de automóveis e das companhias aéreas, hein?”.

FONTE: VERBEAT

10 de setembro de 2010 Posted by | CONJUNTURA | Deixe um comentário