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A eliminação dos extremos

Por Ricardo Guedes *

A plausibilidade da criação de um novo partido político moderado de direita no Brasil é real, em tese e pela evidência dos fatos. Não deverá ser um fato de pronto, posto que a legislação permite aos atores políticos que tenham tempo para tal. Mas em não ocorrendo a moderação do discurso e das atitudes da atual oposição, com a abertura para novas lideranças, a consolidação do projeto de um novo partido político de oposição será a tendência predominante.

A partir de 2002 formou-se no Brasil um pacto central do tipo social democrata europeu, onde a esquerda passa a ser institucionalizada e a direita cede para programas sociais, com a eliminação progressiva dos extremos políticos. Os ganhos políticos, econômicos e sociais daí decorrentes são evidentes, pelo aumento do PIB, emprego, salários e distribuição de renda, fazendo do Brasil um país mais forte e internacionalmente respeitado.

De 2002 para cá vimos o decréscimo da influência dos atores políticos mais à esquerda do espectro político, com a esquerda mais institucional e moderada cada vez mais representativa desta tendência central brasileira. Certamente que as instituições políticas e sociais vão sendo e têm que ser aperfeiçoadas, com a diferenciação entre as esferas política e criminal, como evidenciado pelo atual trabalho do sistema de segurança do país. Agora, vamos vivenciar a eliminação dos extremos à direita do espectro político, completando o ciclo inicial de formação de um virtuoso pacto central em torno da economia e da política. De um lado, o projeto dos benefícios sociais e da distribuição de renda, do outro lado, do enxugamento do Estado e revigoramento da economia empresarial, renovando-se alternadamente no poder, assim que seus paradigmas se esgotem sucessivamente, e de forma democrática e normalizada.

O país precisa de uma oposição centrada e sensata, que represente significativamente a parcela da população que assim pensa, com a eliminação dos extremismos, onde cada instituição, como os empresários, os partidos, e a imprensa cumprirão o papel social a cada grupo designado. Não que os extremos deixarão de existir, serão vocais, mas não terão à longo prazo a força da imposição de suas idéias, seja à esquerda, seja à direta.

Ph. D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago

Diretor-Presidente do Instituto de Pesquisa Sensus 

FONTE: BLOG DO LUÍS NASSIF

19 de setembro de 2010 Posted by | CONJUNTURA | Deixe um comentário

Marcos Coimbra: A escandalização inútil

Marcos Coimbra.

A onda de denúncias para impedir vitória da Dilma Pipocam a toda hora nestes últimos dias de campanha eleitoral. Faltando duas semanas para a eleição do sucessor ou, pelo que parece, da sucessora de Lula, falar delas se tornou uma verdadeira obsessão para nossa grande imprensa.

Se contarmos o tempo transcorrido desde quando surgiu o “escândalo da Receita”, já faz quase um mês que os grandes jornais de São Paulo e do Rio, as maiores revistas de informação e o noticiário da principal emissora de televisão dão cobertura máxima às denúncias de vários tipos contra Dilma, sua campanha, o PT e o governo Lula.

O caso da Receita e o mais recente, envolvendo o filho da ex-ministra Erenice Guerra, receberam a atenção de todos. Outros, como a bombástica revelação que uma”falha” de Dilma redundara em prejuízo de R$ 1 bilhão aos consumidores de energia elétrica, ficaram reduzidos ao esforço isolado de um veículo (Folha). Como ninguém a levou a sério (nem sequer o jornal que a havia patrocinado), foi logo esquecida.

Essa disposição para denunciar não atinge o universo da imprensa. Brasil afora, jornais e revistas regionais e estaduais mostram-se menos dispostos a fazer coro com os “grandes”.

O mesmo vale na mídia eletrônica, na qual o tom escandaloso não é o padrão de todas.É curioso,mas nenhuma dessas denúncias nasceu na internet, contrariando tendência cada vez mais comum em outros países. Lá, é nos blogs e nos sites independentes que coisas assim começam e têm seu curso, muitas vezes enfrentando a inércia da mídia tradicional.

Aqui, ao contrário, são os jornalões e os grupos de comunicação mais poderosos os mais afoitos na apresentação e na apuração de denúncias.

Não se discute se são falsas ou verdadeiras. É certo que algumas, como o “escândalo da eletricidade”, são apenas bobagens. Outras são importantes e produzem consequências reais, como a que levou à saída de Erenice. Existem as que estavam na geladeira, ao que parece aguardando um”bom momento” para vir à tona, como o” escândalo da Receita”.

E há as que, aparentemente, apenas coincidiram com outras, como o “escândalo do caseiro”, que ressurgiu das cinzas agora que a Caixa Econômica foi condenada a indenizar a vítima.

Também não se discute o que fazer nos casos em que há suspeita fundamentada ou confirmação de que alguma irregularidade foi praticada. Partindo da premissa de que somos um país sério e que as instituições funcionam, qualquer denúncia com verossimilhança precisa ser apurada e os culpados,punidos.

Aliás, todas estão sendo acompanhadas pelo Ministério Público, a Polícia Federal e a própria imprensa.

Mas só a velhinha de Taubaté acredita que a coincidência de tantos “escândalos” é obra do acaso. A onda nasceu em tal momento que é impossível não desconfiar que exista intencionalidade por trás dela. Os segmentos na sociedade e na mídia insatisfeitos com a possibilidade de vitória de Dilma aguardavam ansiosos o começo da propaganda eleitoral na televisão e no rádio. Sabe-se lá de onde, imaginavam que Serra reagiria a partir de 17 de agosto e que conseguiria reverter suas perspectivas muito desfavoráveis.

Não viam que o mais provável era o oposto, que Dilma crescesse quando Lula chegasse à televisão.

Como resultado de mais um dos equívocos que cometeramna avaliação das eleições, surpreenderam-se quando a vantagem da candidata do PT rapidamente aumentou. Foi de repente, quando a decepção com a performance de Serra e o susto com o bom desempenho de Dilma se generalizaram, que começamos a ter uma denúncia atrás da outra. A temporada de escândalos teve sua largada na última semana de agosto, quando saíramas primeiras pesquisas públicas feitas após o início do horário gratuito, mostrando que a diferença entre eles passava de 20 pontos.

De lá para cá, nada mudou nas intenções de voto.

Alguns comentaristas procuram indícios de oscilações, com lupas esperançosas, ansiosos para encontrar sinais de que tanto barulho produza efeitos.

Até agora, nada. Chega a ser engraçado, mas há países em que se proíbe a divulgação de pesquisas eleitorais nos 30 dias que antecedem uma eleição. Tudo para não perturbar as pessoas na fase da campanha em que deveriam pensar mais. Eles acham que ninguém deveria interferir nesse momentode recolhimento e reflexão.É porque não conhecem o que é capaz de fazer (ou de tentar fazer) nossa”grande imprensa”.

FONTE: BLOG DO LUÍS NASSIF

19 de setembro de 2010 Posted by | CONJUNTURA | Deixe um comentário

IBASE: BNDES: o que temos e o que queremos

Veja vídeo em que pesquisadores do Ibase debatem o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no desenvolvimento brasileiro.

FONTE: PORTAL IBASE

19 de setembro de 2010 Posted by | CONJUNTURA | Deixe um comentário