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Anelis Assumpção-“Passando a Vez”

23 de maio de 2010 Posted by | VÍDEOS | Deixe um comentário

Gestão do Varejo – Perfil de Gerente

Quando o assunto é nomear um profissional para assumir a gerência de uma loja percebo que há lojistas confusos neste processo, usando como critério forte o fato do nomeado ser o melhor vendedor, no entanto acaba perdendo o vendedor e não tendo resultado do gerente. Isso tudo por falta de conhecimento e planejamento adequado para escolha do perfil desejado, definição das atribuições, remuneração e outro fator é entender que um gerente de loja é mais do que gerente de vendas ou cuidador da loja. Para facilitar relaciono abaixo como funciona a função e atribuições além do perfil desejado para selecionar um bom gerente de loja.

GERENTE DE LOJA

1. Responsabilidades:

a. Gerir os recursos disponíveis para garantir fluxo de caixa, lucratividade e rentabilidade positiva;

b. Oferecer condições adequadas de trabalho aos funcionários para que possam atingir as metas estipuladas;

c. Prospectar parceiros comerciais que agreguem valor à marca através de acordos justos e éticos que gerem resultados positivos para ambos;

d. Respeitar o conceito da ética interna e externa para o bom relacionamento do grupo/parceiros/clientes e fornecedores;

e. Liderar seus funcionários de forma a construir relacionamentos profissionais e respeitando e valorizando a diversidade, a dignidade, o crescimento pessoal e profissional através do respeito, ética e da justiça;

f. Estar atento e respeitar as normas legais que regem o negócio.

COMPLEMENTO DA FUNÇÃO

Responsabilidades:

a. Responsável pelo funcionamento da empresa – abertura e fechamento, funcionamento da infraestrutura, definição de tarefas, vendas, atendimento, exposição dos produtos, vitrine, cobrança, satisfação do cliente, registro dos fatos e acompanhamento dos resultados;

b. Manter estrutura enxuta e viável e otimizar processos conciliando custo x benefício;

c. Treinar, motivar e liderar os funcionários e vendedores para respeitarem as normas da empresa e realizem adequadamente suas responsabilidades no tempo certo;

d. Prezar pela qualidade da carteira de clientes aliando volume de vendas com a necessidade de recebimentos prevenindo a inadimplência;

Além de ser responsável pelos resultados de vendas deve cuidar do todo, visão global do negócio:

– Admite, treina e demite; – Relações humanas e desenvolvimento do funcionário; – Prepara o GRUPO para trabalhar em equipe de acordo com as normas da empresa; – Monitora vendas; – Motiva a equipe para prospecção de novos negócios; – Valoriza a vitrine e exposição dos produtos; – Organização do estoque; – Resultados financeiros; – Apresenta relatórios e propõe soluções; – D E L E G A R…

Mesmo assim o lojista corre o risco de não ter o gerente ideal. Reparem que é um desafio e tanto, requer critérios e posicionamento na hora da escolha.

FONTE: SITE O GERENTE

23 de maio de 2010 Posted by | RECURSOS HUMANOS | Deixe um comentário

BBC BRASIL: Falta de mão-de-obra qualificada atinge 2/3 dos empregadores no Brasil, diz pesquisa

Quase dois terços dos empregadores brasileiros encontram dificuldades de encontrar pessoas qualificadas para preencher cargos disponíveis, segundo indica uma pesquisa realizada pela consultoria internacional de recursos humanos Manpower.

Segundo a pesquisa, que ouviu mais de 35 mil empregadores em 36 países, a escassez de mão-de-obra qualificada no Brasil só não é maior do que a no Japão.

Entre os empresários brasileiros, 64% disseram ter dificuldades para preencher suas vagas com profissionais qualificados. No Japão, esse percentual foi de 76%.

Na média dos 36 países pesquisados, 31% dos empregadores disseram ter dificuldades em encontrar profissionais qualificados.

Crise

A crise econômica mundial a partir de 2008 ajudou a reduzir o problema na maioria dos países. Em 2006, a média de empregadores que não conseguia encontrar profissionais qualificados em quantidade suficiente era de 40% nos países pesquisados.

Nos Estados Unidos, esse percentual caiu de 44% para 14% entre 2006 e 2010. Na Irlanda, país com menor escassez declarada de mão-de-obra qualificada, com 4%, tinha 32% em 2006.

Na Grã-Bretanha, o percentual caiu de 42% em 2006 para 9% em 2010. A Espanha, outro país fortemente atingido pela crise, teve o percentual reduzido de 57% em 2006 para 15% neste ano.

Em movimento inverso, muitos países em desenvolvimento, que foram menos atingidos pela crise mundial, viram a escassez de mão-de-obra qualificada aumentar.

Na Argentina, 41% dos empregadores diziam ter dificuldade de preencher seus cargos com gente qualificada em 2007, primeiro ano em que o país aparece na pesquisa. Neste ano, esse percentual aumentou para 53%.

Na China, o percentual era de 24% em 2006, caiu para 15% em 2008, mas subiu a 40% em 2010. Na Índia, houve um aumento menos acentuado: de 13% em 2006 para 16%, depois de chegar a 20% em 2009.

FONTE: BBC BRASIL

23 de maio de 2010 Posted by | VÍDEOS | Deixe um comentário

Frente! – Bizarre Love Triangle

23 de maio de 2010 Posted by | VÍDEOS | Deixe um comentário

Marcos Coimbra: Surpresa anunciada

Surpresa anunciada

por Marcos Coimbra

Correio Braziliense – 19/05/2010

Engana-se quem pensa que tudo está parado, aguardando a Copa do Mundo. Assim como quem acha que Dilma “deu a virada” com a mídia partidária do PT e que Serra devolverá a ultrapassagem quando tiver a do PSDB. O que houve foi apenas mais um passo no caminho que o eleitorado está percorrendo faz tempo

Aconteceu. Depois de meses de expectativa, finalmente Dilma Rousseff apareceu à frente de José Serra em uma pesquisa de intenção de voto. Na verdade, em duas.

Uma foi feita pela Vox Populi e divulgada no fim de semana. A outra, de responsabilidade da Sensus, saiu na segunda-feira. Com intervalo de dias, elas mostraram a mesma coisa.

Os resultados chegam a ser, em muitos casos, idênticos. No voto espontâneo, a Vox aponta 19% para Dilma e 15% para Serra, ficando Marina com 2%. Na Sensus, Dilma tem 19,8%, Serra 14,4% e Marina 2%. No estimulado, segundo a Vox, na lista com 11 pré-candidatos, Dilma tem 37%, Serra 34% e Marina 7%. Em cenário análogo da Sensus, a ex-ministra fica com 35,7%, o ex-governador com 33,2% e a senadora com 7,3%.

Há uma única discrepância relevante entre as pesquisas, que ocorre quando a pergunta estimulada é feita utilizando lista reduzida, com apenas as três candidaturas principais. Na Vox, Dilma mantém a dianteira, com 38%, contra 35% para Serra, enquanto que, na Sensus, o tucano passa a ter 37,7% e Dilma 37%. As duas são iguais, levando em conta as margens de erro, mas a diferença deve ser considerada.

A rigor, ambas indicam que o quadro de “empate técnico” entre as candidaturas do PSDB e do PT está mantido. Desde o fim de março, as pesquisas dos dois institutos vêm dizendo a mesma coisa, no que se assemelham às do Ibope. Agora, o empate permanece, mas com posições invertidas. O que quer dizer muito na política, pois liderar, mesmo que com vantagem pequena, é liderar. E estar em segundo lugar é sempre pior que em primeiro.

Foram resultados inteiramente previsíveis para quem acompanha as pesquisas e procura entendê-las. Não há nada de abrupto ou surpreendente neles.

Estas eleições começaram cedo no meio político e entre pessoas muito politizadas, mas só chegaram à opinião pública mais ampla no fim de 2009, início de 2010. Nas pesquisas da Vox Populi, por exemplo, Serra tinha 6% de intenção espontânea em maio de 2008, há dois anos, e ficou com 7% em novembro de 2009, o que quer dizer que permaneceu no mesmo lugar durante um ano meio. Nesse período, Dilma foi de 2% a 5%. Nos três meses de janeiro para cá, no entanto, ele passou de 9% a 15% e ela de 5% a 19%. A soma do voto espontâneo dos dois, que era de 12 pontos em novembro, quase triplicou nos seis meses seguintes, alcançando 34% agora.

Essa intensificação do ritmo de formação de intenções de voto tem sido mais favorável a Dilma. Nos dados da Vox para o voto estimulado, Serra tinha 42% em novembro e 35% agora. Enquanto isso, Dilma foi de 26% a 38%. Ou seja, houve uma mexida de 19 pontos (entre o que ele perdeu e ela ganhou) em favor da candidata do PT.

Se considerarmos os resultados de todos os institutos, não vemos, de janeiro a meados de maio, nenhum dos fenômenos de sobe e desce que marcaram eleições como a de 2002. Sequer a saída de Ciro Gomes, que muitos imaginavam que poderia causar impacto maior, provocou terremotos, por pequenos que fossem.

As coisas estão indo, devagar e sempre, no andar que um general de antigamente chamava lento, gradual e seguro: Dilma crescendo aos poucos, Serra caindo aos poucos, Marina no mesmo lugar.

Engana-se quem pensa que tudo está parado, aguardando a Copa do Mundo. Assim como quem acha que Dilma “deu a virada” com a mídia partidária do PT e que Serra devolverá a ultrapassagem quando tiver a do PSDB. O que houve foi apenas mais um passo no caminho que o eleitorado está percorrendo faz tempo.

É o que as eleições marcadas pelo desejo de continuidade sempre trilham. Menos sobressaltado, menos cheio de emoções. Nelas, à medida que a ideia vai encontrando seu rosto, a decisão vai se tornando mais fácil para a maioria dos eleitores.

23 de maio de 2010 Posted by | POLÍTICA | Deixe um comentário

PEDRO CAMARGO MARIANO:Livre para viver

23 de maio de 2010 Posted by | VÍDEOS | Deixe um comentário

Inovação é o caminho para atingir mercado externo

Inovação é o caminho para atingir mercado externo

Inovação foi o tema do segundo dia do 6.º Encontro Anual da Rede Internacional para as Pequenas e Médias Empresas, realizado em 11 de maio, no Rio de Janeiro. O evento, que segue até o dia 13, reúne 185 delegados de 25 países, de organizações públicas e privadas.

Segundo o conselheiro da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Wipo), Marco Marzano de Marinis, uma inovação não serve apenas para bloquear os concorrentes, mas também para abrir possibilidades de negócio.

Programas do governo que incentivam a inovação e a importância do Sebrae na disseminação do conhecimento também foram destacados.

Fonte: Sebrae

Cultura da inovação

23 de maio de 2010 Posted by | QUALIDADE | Deixe um comentário

CARTA MAIOR: Caroni – Quando Serra pôde mais, trabalhador pôde menos

Serra e a morte de Deus

Gilson Caroni, na Carta Maior

José Serra precisa de ajuda. Não basta aquela que lhe é oferecida por uma mídia favorável. É necessário que alguém reavive seu senso de oportunidade. Um dos males que costumavam atacar com muita frequência o brasileiro, principalmente aquele que vivia de salário (a maioria, portanto) consistia na tendência de ser enganado com facilidade. Faz cerca de oito anos que o PSDB deixou o governo e ainda não se deu conta de que a percepção da realidade mudou. Jogar palavras ao vento, com fez o pré-candidato tucano para uma platéia de militantes (?) do PPS, é um exercício arriscado, uma manifestação que mescla soberba e desespero em dosagem tão hilariante quanto assustadora. Mas nada disso nos permite duvidar de sua capacidade e argúcia analítica. Afinal, como diz o slogan de campanha dos tucanos: “o Brasil pode mais”. Resta saber o quê. E para quem.

Ao afirmar, em uma tentativa de crítica à política econômica do governo Lula que ” nós estamos voltando rapidamente a um modelo que não atende à demanda de emprego que o país possui”, o ex-governador paulista  aposta no total alheamento do eleitor brasileiro. Tamanha credulidade espanta, tendo em vista que o mundo do trabalho — a principal vítima do modelo neoliberal orquestrado pelo tucanato — aprendeu direitinho, na própria pele, o que significou o mercado desregulado como chave para o crescimento econômico e as virtudes do “Estado musculoso”, elementos centrais no discurso serrista.

A afirmação sobre empregos não é piada, nem brincadeira de um notívago diletante, mas desespero de um candidato que, em face de uma conjuntura que lhe é totalmente adversa, tem que produzir discursos a todo e qualquer custo. E de Serra, pode-se afirmar várias coisas, menos a de não ser um ator político que sabe o que faz. Sua eventual perdição, entretanto, antes de ser festejada pelas forças progressistas, deve causar desconfiança e vigilância redobrada. Pois é inevitável que os ânimos se acirrem em seus dois principais pólos de apoio: a mídia corporativa e o Poder Judiciário.

Mas a comparação suscitada por suas declarações é inevitável. Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o número de vagas criadas no mercado de trabalho bateu recorde no primeiro trimestre de 2010, com um saldo acumulado até março somando 657.259 empregos. Convém retornar no tempo e observar como se comportava a economia brasileira quando o pré-candidato tucano era ministro do Planejamento e Orçamento do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso.

O desemprego na indústria atingia 5,7% em 1997 em relação a 1996, resultado fortemente influenciado pela taxa de dezembro, quando a queda foi de 2,6% em relação a novembro, a pior desde dezembro de 1990, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para se ter uma idéia do tamanho da retração nos empregos, os dados do instituto mostravam uma queda anualizada de 7,3%. Quando Serra pôde mais, o trabalhador pôde menos.

Até então, o governo FHC registrava um desemprego industrial de 19,77%. Mas o “Brasil que não podia mais”, aquele que os colunistas econômicos tanto enaltecem, vivia um amargo processo de ajuste, acentuado em 1996, com a atividade econômica represada e a queda no emprego apresentando taxas expressivas. Ao contrário do que afirma Serra, foi sob a batuta da modernização neoliberal que “o Brasil adotou uma política econômica desastrosa.”

Mas o discurso do tucano foi além, mirando também o campo da ética, com críticas a supostas práticas de corrupção no governo petista. Como fazem as vestais tucanas, destampou um poço de demônios para sentenciar: “se aquele que era o guardião da moral, da ética, do antipatrimonialismo toma outro rumo, o rumo oposto, para muita gente Deus morreu”. Que metafísica, o ex-governador paulista quer superar com essa alusão a Nietzsche?

Decerto não deve ser a do governo ao qual serviu em dois ministérios. Fernando Henrique não teve escrúpulos de usar métodos condenáveis para evitar investigação da banda podre da administração federal. A retirada de assinaturas para esvaziar a criação da CPI da Corrupção, em 2001, é um belo exemplo. O arrastão de favores para livrar o governo de qualquer constrangimento ficou como um dos mais baixos momentos de um presidente eleito e reeleito pela ansiedade ética na vida brasileira.

Fernando Henrique liberou por bravata os parlamentares de sua base política para subscrever a CPI e, na hora H, liberou verbas estocadas e fez nomeações para cargos públicos. Junto com ACM e José Roberto Arruda, FHC afrontou o sentimento ético da cidadania falando em “linchamento precipitado” quando sua posição anterior incentivava a punição exemplar e imediata. E onde estava José Serra em meio a tudo isso? No Ministério da Saúde, definindo a criação da CPI como uma “brincadeira”,” pretexto eleitoral”, ” instrumento para prejudicar a governabilidade.”

Em sua campanha, o tucano terá que se confrontar com questões sobre ética e economia. Mas com muita cautela, evitando o reaparecimento de fantasmas incômodos. Eles podem dizer que foi naquela época, e não hoje, que “para muita gente Deus morreu”. Um deus imanente, amoral e, tal como os dirigentes aboletados no Estado, servil ao mercado que o pagou.

FONTE: AGÊNCIA CARTA MAIOR

23 de maio de 2010 Posted by | RELAÇÕES TRABALHISTAS | Deixe um comentário

Gato Fedorento – Aumento de Produtividade

23 de maio de 2010 Posted by | VÍDEOS | Deixe um comentário

CHOMSKY: A ira do Cinturão da Ferrugem

Noam Chomsky
Do The New York Times

No dia 18 de fevereiro, Joe Stack, um engenheiro de computadores de 53 anos, lançou seu avião monomotor contra um edifício em Austin, no Texas, atingindo um escritório da Receita Federal, cometendo suicídio, matando uma pessoa e ferindo outras.

Stack deixou um manifesto antigoverno explicando suas ações. A história começa quando ele era um adolescente que vivia de ninharias em Harrisburg, na Pensilvânia, próximo do coração do que uma vez havia sido um grande centro industrial.

Sua vizinha de 80 anos, que sobrevivia à base de comida de gatos, era a “viúva de um operário de usina siderúrgica aposentado”. O marido dela tinha trabalhado a vida inteira nas indústrias do centro da Pensilvânia com a promessa das grandes empresas e dos sindicatos de que, após 30 anos de serviços, ele poderia contar com uma pensão e assistência médica em sua aposentadoria.

“Em vez disso, ele foi um dos milhares que ficaram sem nada porque o incompetente gerente da usina e o sindicato corrupto (sem falar no governo) se apropriaram de seus fundos de pensão e roubaram suas aposentadorias. Tudo o que ele teve para se sustentar foi a Previdência Social”.

Stack poderia ter acrescentado que os muito ricos e seus aliados políticos também continuam tentando faturar a Previdência Social.

Stack decidiu que não podia confiar nas grandes empresas e que agiria por si próprio, apenas para descobrir que ele também não podia confiar em um governo que não se importa com nada em relação a pessoas como ele, mas apenas com os ricos e privilegiados; ou confiar em um sistema jurídico no qual “existem duas ‘interpretações’ para cada lei, uma para os muito ricos e outra para o resto”.

O governo nos deixa com “a piada que chamamos de sistema de saúde americano, incluindo as indústrias farmacêuticas e companhias de seguro (que) estão matando dezenas de milhares de pessoas a cada ano”, com uma assistência distribuída em grande parte conforme a riqueza, não a necessidade.

Stack atribui esses males a uma ordem social na qual “uma porção de bandidos e espoliadores podem cometer atrocidades impensáveis (…), e quando chega a hora de o trem da alegria deles sucumbir ao peso de sua gula e de sua devastadora estupidez, a tropa do governo federal não tem dificuldade em vir em sua ajuda em questão de dias, ou mesmo horas”.

O manifesto de Stack termina com duas sentenças evocativas: “A bandeira comunista: de cada um, conforme sua habilidade; a cada um, conforme sua necessidade. A bandeira capitalista: de cada um, conforme sua ingenuidade; a cada um, conforme sua ganância”.

Estudos comoventes sobre o Cinturão da Ferrugem (região no nordeste dos EUA cuja economia é baseada na indústria pesada e de manufatura; o nome é uma ironia referente à degradação da área e ao grande número de galpões abandonados) americano revelam um revolta semelhante entre indivíduos que foram deixados de lado à medida que os programas público-privados fecharam fábricas e destruíram famílias e comunidades.

Um forte sentimento de traição tomou rapidamente as pessoas que acreditavam terem cumprido seu dever com a sociedade em um pacto moral com o governo e as empresas, apenas para descobrirem que haviam sido nada mais que instrumentos de lucro e poder.

Semelhanças evidentes existem na China, a segunda maior economia do mundo, e são investigadas pela pesquisadora da Universidade da Califórnia (UCLA) Ching Kwan Lee.

Lee compara a revolta e o desespero da classe operária nos setores descartados dos Estados Unidos com o que ela chama de “cinturão da ferrugem da China” – o centro industrial socialista estatal no nordeste do país, atualmente abandonado em favor do desenvolvimento capitalista estatal do “cinturão do sol” do sudeste.

Em ambas as regiões, Lee encontrou massivos protestos de trabalhadores, porém com uma diferença. No cinturão da ferrugem chinês, os trabalhadores expressam o mesmo sentimento de traição de seus colegas americanos – no caso dos primeiros, a traição dos princípios maoístas de solidariedade e dedicação ao desenvolvimento de uma sociedade que eles pensavam ter sido um pacto moral, apenas para descobrirem que, independentemente do que fosse, hoje é uma fraude cruel.

No mundo inteiro, milhões de trabalhadores egressos dos sindicatos “são atormentados por um profundo sentimento de insegurança”, o que incita “a raiva e o desespero”, escreve Lee.

Os trabalhos e estudos de Lee sobre o cinturão da ferrugem americano deixam claro que não devemos subestimar a profunda indignação moral existente por trás da amargura furiosa e frequentemente autodestrutiva em relação ao governo e ao poder empresarial.

Nos Estados Unidos, o movimento ultraconservador Tea Party – e principalmente os círculos mais amplos que ele atinge – refletem o espírito de desencantamento. O extremismo anti-impostos do Tea Party não é tão imediatamente suicida como o protesto de Joe Stack, mas ainda assim é suicida.

A atual Califórnia é um exemplo dramático. O maior sistema público de ensino superior do mundo está se desmantelando.

O governador Arnold Schwarzenegger diz que terá de eliminar os programas estaduais de saúde e auxílio-desemprego, a menos que o governo federal desembolse mais de US$ 7 bilhões. Outros governantes estão se unindo a ele.

Enquanto isso, um recém-criado e poderoso movimento pelos diretos dos estados está exigindo que o governo federal não se intrometa em nossas questões – um belo exemplo do que Orwell chamava de “pensamento duplo” (doublethink, em inglês): a capacidade de sustentar duas ideias contraditórias enquanto se acredita em ambas, praticamente um lema na nossa época.

Os problemas da Califórnia resultam, em grande parte, do fanatismo anti-impostos. É praticamente a mesma coisa em todo lugar, até nos subúrbios afluentes.

Estimular o sentimento anti-impostos foi a base da propaganda empresarial. As pessoas devem ser doutrinadas para odiar e temer o governo, por boas razões: dos sistemas de poder existentes, o governo é aquele que – em princípio e, algumas vezes, de fato – responde ao público e pode restringir os estragos feitos pelo poder privado.

Porém, a propaganda antigovernamental deve ser matizada. Os negócios, é claro, favorecem um estado poderoso que trabalha pelas multinacionais e instituições financeiras – e até as socorre quando destroem a economia.

Mas, em um brilhante exercício de pensamento duplo, as pessoas são levadas a odiar e temer o déficit. Dessa forma, os grupos ligados ao setor empresarial em Washington podem concordar em reduzir benefícios e direitos sociais como a Previdência Social (mas não o socorro financeiro a empresas e bancos).

Ao mesmo tempo, as pessoas não devem se opor ao que está, em boa medida, criando o déficit – o crescente orçamento militar e o irremediavelmente ineficiente sistema de saúde privatizado.

É fácil ridicularizar a forma como Joe Stack e outros como ele articulam suas preocupações, mas é mais apropriado entender o que está por trás de suas percepções e atitudes, em um momento em que as pessoas com insatisfações reais estão se mobilizando de tal forma que representam perigos não desprezíveis para si e para os outros.

(O novo livro de Noam Chomsky’, recém-publicado, é “Hopes and Prospects” – Esperanças e Perspectivas, em português. Chomsky é professor emérito de linguística e filosofia no Massachusetts Institute of Technology, em Cambridge, Massachusetts.)

Noam Chomsky é professor emérito de lingüística e filosofia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts em Cambridge, Massachusetts. Artigo distribuído pelo The New York Times Syndicate.
 
FONTE: TERRA MAGAZINE

23 de maio de 2010 Posted by | CONJUNTURA | Deixe um comentário